Entre as consoantes da Língua Portuguesa temos as surdas ou desvozeadas e as sonoras ou vozeadas. No caso das surdas, a corrente de ar passa pela glote sem provocar vibração nas cordas vocais, como nos sons /s/, /k/, /t/, etc. Já nas sonoras o contrário ocorre, há vibração nas cordas vocais provocada pela corrente de ar, facilmente percebida se pousarmos os dedos no pomo de Adão. São exemplos os fonemas /z/, /g/, /d/, etc. As vogais, durante a produção feita pelo falante, são fonemas que encontram passagem livre de ar.
No estudo dos fonemas em sala de aula, o foco se dá na classificação dos fonemas, portanto, vamos nos atentar a isto:
Encontro Vocálico: origina a distinção entre ditongos, tritongos e hiatos.
As vogais são fonemas cuja representação se dá pela força no encontro com outra vogal. A vogal mais forte é considerada a base da sílaba e atrai as mais fracas, chamadas de semivogais. Toda sílaba precisa de uma vogal forte e se tiver acompanhada de outra considerada semivogal por sua baixa intensidade, não pode, em uma separação silábica, ficar sozinha.
Ditongos: encontro de vogal com semivogal. Percebemos, ao pronunciarmos ditongos, que uma das vogais é mais forte e o som da outra é mais baixo ou quase imperceptível em uma fala informal.
Exemplos: pai, água, saudade, boi, cárie, etc.
Nos encontros entre vogais, os ditongos se dividem em: crescentes, decrescentes, orais e nasais.
Crescentes: semivogal antes da vogal.
Decrescentes: vogal antes da semivogal.
Orais: produzidas quando o ar passa somente pela boca.
Nasais: quando o ar passa pelo nariz e pela boca. Podem aparecer com til sobre a vogal ou seguida de m ou n. Exemplos: mãe, criança.
Os ditongos orais podem ser abertos, quando o timbre da vogal é alto e a língua se acha baixa (/a/, /é/, /ó/), ou fechados, com o timbre baixo e a língua se eleva (/ê/, /ô/, /i/, /u/).
Exemplos de ditongo oral aberto: dieta, mandioca, glória.
Exemplos de ditongo oral fechado: vou, fiquei, partiu.
Obs: fiquei não é tritongo porque o u não é sonoro, apesar da divisão silábica ser fi-quei. Além disso, ele é considerado dígrafo, pois o qu tem som de /k/. Sobre tritongos e dígrafos, veremos a seguir.
Tritongos: encontro de uma vogal e duas semivogais em uma mesma sílaba. Lembrando que a vogal é como um imã ou sustentáculo para as semivogais, portanto não se dividem.
Exemplos de orais: quais, enxaguei, apaziguou.
Exemplos de nasais: saguões, quão, delinquem.
Como podemos perceber, o som da semivogal u é audível, diferentemente do exemplo dado acima fiquei.
Hiatos: encontro de duas vogais. A força das duas vogais não permite que elas fiquem na mesma sílaba, "elas brigam", como costumo dizer para os alunos. Ou como define Bechara (apud Niedermann) "a passagem da primeira para a segunda se faz mediante um movimento brusco, com interrupção da voz."
Exemplos: du-as, ca-í-da, en-jo-ar.
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